sábado, 12 de maio de 2007

O Silêncio do Lago

Spoorloos (1988)
de George Sluitzer
com Bernard-Pierre Donnadieu, Gene Bervoets, Johanna ter Steege

Numa viagem de fim de semana um casal para num posto. Quando ele retorna ela desapareceu misteriosamente, sem deixar nenhum vestígio. Anos mais tarde um homem que pode ser seu raptor propõe um jogo macabro.
Uma ótima pedida pra quem procura suspenses bons e originais.O filme te deixa com os olhos grudados na tela, principalmente depois do desaparecimento da jovem.E vai assim até o devastador,original, criativo e surpreendente final.Mais um que mostra que não é preciso orçamentos milionários para se ter um bom filme, mas sim uma boa idéia.Agradeço ao meu amigo Fabiano, por tantas vezes ter me indicado o filme.Realmente é um filmaço.nota 9,1

Fale com Ela

Hable com Ella (2002)
de Pedro Almodovar
com Javier Cámara, Darío Grandinetti, Rosario Flores, Leonor Watling

Uma tragédia em comum une dois homens desconhecidos até então, quando eles precisam cuidar de duas mulheres que estão em coma no hospital.
Filme sublime, tocante, que trata de vários valores e temas, entre eles amizade, amor, perdão, solidão.Tudo com um roteiro bem conduzido, bem dirigido, com bons diálogos.Difícil não se solidarizar com as situações dos personagens.E o rumo que a estória toma é incrível, triste, melancólico, mas acima de tudo, verdadeiroAo meu ver, ganhou merecidamente o Oscar de melhor roteiro.nota 8,5

Amadeus

AmadeuS (1984)
de Milos Forman
com F. Murray Abraham, Tom Hulce, Elizabeth Berridge, Jeffrey Jones

Após tentar se suicidar, Salieri (F. Murray Abraham) confessa a um padre que foi o responsável pela morte de Mozart (Tom Hulce) e relata como conheceu, conviveu e passou a odiar Mozart, que era um jovem irreverente mas compunha como se sua música tivesse sido abençoada por Deus. Belo filme, acredito que merecedor dos 8 Oscar's que ganhou (Filme, Diretor,Ator,Direção de Arte,Figurino,Maquiagem,Som e Roteiro Adaptado).O filme é sobre Mozart, mas quem rouba a cena é F. Murray Abraham, como o ''invejoso admirador'' Salieri.Achei que a atuação de Tom Hulce como Mozart está caricata demais, mas nada que atrapalhe - na verdade, ele concorreu até ao Oscar .Mas o maior mérito do filme fica por conta da direção de Milos Forman, que ''orquestrou'' magistralmente tudo.É muito bom filme, entretanto e não sei por quê, eu esperava mais. nota 8,5

A Felicidade Não Se Compra

It's a Wonderful Life (1946)
de Frank Capra
com James Stewart, Donna Reed, Lionel Barrymore, Henry Travers

Em Bedford Falls, no Natal, George Bailey (James Stewart), que sempre ajudou a todos, pensa em se suicidar saltando de uma ponte, em razão das maquinações de Henry Potter (Lionel Barrymore), o homem mais rico da região. Mas tantas pessoas oram por ele que Clarence (Henry Travers), um anjo que espera há 220 anos para ganhar asas, é mandado à Terra, para tentar fazer George mudar de idéia, demonstrando sua importância através de flashbacks.
Filmaço de Frank Capra.Isso sim se pode chamar de roteiro bem construído.O filme é divertido, cativante e emocionante.Só achei que se arrastou um pouco ao reservar muito mais tempo à estória e deixar pouco tempo pro final - aliás, que final.Uma lição de vida e otimismo.Mais um clássico absoluto, que vale a pena ver e rever.nota 9,3


quinta-feira, 10 de maio de 2007

Batalha Real

Batoru Rowaiaru / Battle Royale (2000)
de Kinji Fukasaki
com Tatsuya Fujiwara, Aki Maeda, Taro Yamamoto

Essa trama de ação se passa em um século 21 alternativo, quando o Japão passa por uma grave recessão, com alto grau de delinqüência juvenil e evasão escolar. Para combater isso o governo sugere uma atitude extrema: cria um programa de sobrevivência para jovens recrutados em todas as escolas do país. É quando entre em cena o professor Kitano (Takeshi Kitano de Zatoichi) e seus 42 alunos. Todos são levados para uma ilha deserta e recebem um kit de sobrevivência com alguns suprimentos e armas. Eles devem ficar no local durante três dias, mas apenas um deve sobreviver, caso contrário todos serão mortos.
Interessante filme japonês, mas ainda assim eu achei uma ótima idéia mal explorada.A começar pelos exageros - coisa que talvez seja até proposital - mas tira um pouco da eficiência da estória.Acho também que poderiam ter explorado mais o comportamento dos jovens na ilha e fora que não gostei do final.Mas, repito, é um filme bem interessante, tem bons momentos e não deixa de ser um retrato da sociedade.nota 6,8

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Em Busca do Ouro

The Gold Rush (1925)
de Charles Chaplin
com Charles Chaplin, Mack Swain, Tom Murray, Georgia Hale

No Alasca, Carlitos (Charles Chaplin) tenta a sorte como garimpeiro em meio a corrida do ouro de 1898. Lá ele conhece o gordo McKay (Mack Swaim), com quem cria bastante confusão após uma tempestade de neve, e se apaixona por uma dançarina (Georgia Hale).
Mais um ótimo filme de Chaplin, dessa vez com um roteiro melhor ''orquestrado''. Passagens hilariantes e inteligentemente criativas, como só ele sabe fazer.Destaque especial para a dança com os pães.Tem muito o que comentar, mas se tratando de quem é basta dizer que é mais um ótimo filme do gênio.nota 10

Nascido para Matar

Full Metal Jacket (1987)
de Stanley Kubrick
com Matthew Modine, Vincent D'Onofrio, Adam Baldwin, R. Lee Ermey

Um sargento (R. Lee Ermey) treina de forma fanática e sádica os recrutas em uma base de treinamentos, na intenção de transformá-los em máquinas de guerra para combater na Guerra do Vietnã. Após serem transformados em fuzileiros navais, eles são enviados para a guerra quando lá chegam se deparam com seus horrores.
Muito bom filme sobre a guerra e seus horrores, desde o treinamento até o campo de batalha.Acima de tudo, é uma forte crítica à guerra e tudo que a envolve.Apesar de ter achado a primeira parte (o treinamento) mais, digamos, ''forte'', gostei da segunda parte também, só achei que merecia um final melhor.nota 8
Curiosidade:
Já perto do final do filme, quando Cowboy solicita os reforços de tanques via rádio, a voz de Murphy, o recruta que retorna sua ligação, é nada mais nada menos que a voz do próprio diretor Stanley Kubrick.


sexta-feira, 4 de maio de 2007

Medo

A Tale of Two Sisters / Janghwa, Hongryeon (2003)
de Ji-woon Kim
com Su-jeong Lim, Geun-yeong Mun, Jung-ah Yun, Kap-su Kim

Duas irmãs órfãs de mãe (Su-mi e Su-yeon, a mais nova) retornam para casa após um tratamento psiquiátrico. Chegando lá descobrem que o pai está morando com outra mulher, ou seja, uma madrasta. Uma mulher com um comportamento temperamental e imprevisível. Com o passar do tempo o clima de tranquilidade vai se desmoronando com pequenas brigas familiares que vão aumentando cada vez mais.
Pouco a pouco a situação vai ficando cada vez mais tensa. Para complicar ainda mais, ruídos estranhos de passos durante noite indicam que a família não está sozinha em casa.
Outro ótimo filme vindo do oriente - Coréia do Sul - que mais uma vez surpreende por tudo no filme ser acima da média, desde as atuações até o brilhante roteiro.Ensina como fazer um bom filme de terror sem apelar para violência ou cenas grotescas, trabalhando o lado psicológico - o que é mais assustador ainda.Pena o roteiro ser muito complexo, que apesar de deixar o ponto principal um tanto claro, tem muitas situações difíceis de entender completamente.Ah, e o horrível nome em português que deram ao filme não merece nem comentários. nota 8

Procurando Nemo

Finding Nemo (2003)
de Andrew Stanton
com vozes de Eric Bana, Albert Brooks, Willem Dafoe, Geofrey Rush

Nemo é um pequeno peixe-palhaço, que repentinamente é sequestrado do coral onde vive por um mergulhador e passa a viver em um aquário. Decidido a encontrá-lo, seu tímido pai sai em sua busca, tendo como parceria a ingênua Dory.
Se o filme não tem tantos momentos engraçados assim, compensa com um visual deslumbrante.Não considero - como muitos - uma das melhores animações que já vi, mas é melhor do que as que andei vendo ultimamente.Tem personagens engraçados e uma estória bonitinha, mas nada tão marcante assim. Mas como toda animação da Pixar, vale a pena ver.nota 7

O Ataque dos Dragões

Dragon Storm (2004)
de Stephen Furst
com John Rys Davies, Maxwell Caulfield, Angel Boris

Estranhos meteoros se chocam com o chão e de dentro deles saem criaturas assustadoras: dragões espaciais que voam, cospem fogo e possuem caudas com espinhos envenenados. Para combatê-los, os reis Frastrad e Wednesbury, antes inimigos, se unem. Surge o grupo de exterminadores de dragões formado por importantes figuras dos dois reinos? Silas, o caçador que conhece a floresta, Remmengar, o médico que estuda os dragões, Ling, o comerciante que fornece a pólvora, Nessa, a filha do engenheiro que construiu uma catapulta e foi morto no ataque, o braço direito do malvado Frastras Thedalg, e Medina, filha do rei wednesbury. A equipe vai à luta com todas as armas que possui e muita coragem, enquanto uma segunda batalha é travada nos bastidores. Frastrad pretende roubar as terras do reino vizinho, aproveitando-se do caos causado pelos terríveis dragões.
Filme feito para a televisão, e eu já imaginava que não seria lá aquelas coisas.Os dragões até que dão para quebrar o galho, mas outras coisas chegam a ser precárias - explosões e cenas de luta, por exemplo - e tudo o resto é ''mais ou menos''.Desde figurino até interpretações.Mas é um filme típico sessão pipoca, assistível e esquecível.nota 6

sábado, 28 de abril de 2007

A Fonte da Vida

The Fountain (2006)
de Darren Aronofsky
com Hugh Jackman, Rachel Weisz, Ellen Burstyn

Na Espanha do século 16, o navegador Tomas Creo parte para o Novo Mundo em busca da lendária árvore da vida. Nos tempos atuais a mulher do pesquisador Tommy Creo está morrendo de câncer, mas ele busca desesperadamente a cura que pode salvá-la. Uma terceira história une as duas primeiras: no século 26, o astronauta Tom finalmente consegue a resposta para as questões fundamentais da existência.
Belo filme.Pode parecer complexo para alguns, mas é o tipo de filme que não é para se entender, mas sim para ver, sentir e viver.Tem momentos emocionantes - destaco a época presente, em que ele busca incansavelmente a cura para o tumor da sua esposa (só quem já passou por isso sabe como é) - e paisagens/efeitos fascinantes.Fora a performance excelente de Hugh Jackman, que nos passa perfeitamente toda emoção e sofrimento que o personagem está sentindo.Só achei que o roteiro as vezes ''acelera'' os acontecimentos, onde poderia ser mais desenvolvido e trabalhado.Pode não responder todas as questões existencias dos personagens (assim como eu acho que nunca teremos as respostas pra tudo), mas em relação à morte o diretor deixa bem claro sua concepção.Destaque também para a ''participação'' da luz em quase todas as cenas e os objetos principais, todos em formato de círculo - que, no meu entender, faz referência ao ciclo da vida.nota 8

Janela Indiscreta

Rear Window (1954)
de Alfred Hitchcock
com James Stewart, Grace Kelly, Wendell Corey, Thelma Ritter

Em Greenwich Village, Nova York, L.B. Jeffries (James Stewart), um fotógrafo profissional, está confinado em seu apartamento por ter quebrado a perna enquanto trabalhava. Como não tem muitas opções de lazer, vasculha a vida dos seus vizinhos com um binóculo, quando vê alguns acontecimentos que o fazem suspeitar que um assassinato foi cometido.
Meu primeiro filme do Hitchcock, e devo dizer que não gostei tanto como deveria (!?).Digo isso porque todos que conheço (ou pelo menos a grande maioria) acham o filme uma obra-prima.Concordo que a fotografia e direção são excelentes, tem diálogos maravilhosos, que todo o elenco está bem e que Hitchcock consegue criar um baita suspense dispondo apenas de uma janela num quarto, mas não achei tudo tão perfeito assim.Talvez porque o final não tenha me surpreendido, ou porque criei expectativas demais.Mesmo assim, o filme é muito bom.nota 8

Luzes da Cidade

City Lights (1931)
de Charles Chaplin
com Charles Chaplin, Harry Myers, Virginia Cherrill, Florence Lee

Após se apaixonar por uma florista cega que acredita que ele seja um milionário, um vagabundo tenta conseguir o dinheiro necessário para que ela faça uma operação que a permita voltar a enxergar.
Mais um filmaço do gênio Chaplin.Dos 3 que vi dele até agora, esse é o mais comovente.Mas também não deixa o humor de lado, pelo contrário, tem situações engraçadíssimas.O mais incrível é a originalidade que Chaplin revela em todos os seus filmes.Nenhuma situação é repetida, nem de outros filmes, mas todas são satisfatoriamente engraçadas ou comoventes.E ainda conta com um final maravilhoso,comovente,emocionante.Vale a pena ver e rever. nota 9

Manderlay

Manderlay (2005)
de Lars Von Trier

com Bryce Dallas Howard, Isaach de Bankolé, Danny Glover, Willem Dafoe, Lauren Bacall, John Hurt

Após deixarem para trás a cidade de Dogville, Grace e o pai acabam por acaso nos portões da fazenda de Manderlay, no sul dos Estados Unidos. Lá Grace descobre uma estrutura escravagista em pleno funcionamento, apesar de estarmos em 1933, quando já fora abolida a escravatura. Ela se envolve então nas relações entre os empregados negros e seus patrões, apenas para descobrir que os laços que regem estas relações são bem mais complexos do que ela pensava. Assim como em Dogville, a força do filme é a estória (mais uma vez muito bem construída) e o elenco (que achei não estar tão afiado e natural quanto em Dogville, mas está bem ).Mesmo usando um tema já batido - o racismo - Lars Von Trier consegue desenvolver um roteiro original e criativo, nunca com situações forçadas ou inverossímeis.Por outro lado,a ''falta de cenários'' e a narrativa lenta - no meu ponto de vista,por necessidade - ainda pode desagradar alguns.Mas é um bom filme. nota 7

domingo, 22 de abril de 2007

Melhor é Impossível

As Good As It Gets (1997)
de James L. Brooks
com Jack Nicholson, Helen Hunt, Greg Kinnear, Cuba Gooding Jr.

Em Nova York, um escritor grosseiro e sarcástico (Jack Nicholson) tem como alvos principais um artista gay (Greg Kinnear), que é seu vizinho, e uma garçonete (Helen Hunt) que enfrenta problemas por ser mãe solteira e ter que se desdobrar para cuidar de seu filho, que tem asma crônica. Mas o destino vai fazer com que eles fiquem muito mais próximos do que poderiam
imaginar.
Filme bacana de se assistir, onde os atores - com Jack Nicholson comandando - dão um show à parte. O roteiro, apesar de não ter me conquistado tanto assim, dosa bem as situações dramáticas e cômicas.Mesmo não conseguindo fugir da previsibilidade, o filme se destaca por algumas situações impagáveis e principalmente pelo desempenho do elenco.nota 8

quinta-feira, 19 de abril de 2007

A Fonte da Donzela

Jungfrukällan (1959)
de Ingmar Bergman
com Max Von Sydow, Birgitta Valberg, Gunnel Lindbom, Birgitta Pettersson, Tor Isedal, Axel Duberg

Ao se dirigir para a igreja uma jovem é estuprada e assassinada por dois pastores, que sem saber acabem indo na casa de seus pais para pedir comida e abrigo.
Dos (poucos)filmes que vi até agora do sueco Ingmar Bergman (o qual muitos intitulam como um dos melhores diretores do cinema) esse foi o que mais gostei.Aqui, novamente, ele trata da fé e religiosidade, mas também abre espaço para a culpa,a ironia, o perdão e, o que eu acho mais interessante, a vingança.Muito interessante a ironia de os assassinos terem ido se abrigar justamente na casa dos pais da vítima e serem muito bem recebidos lá .Interessante também a bondade e inocência da jovem filha do casal...e a decisão do Pai dela, religioso convicto, quando descobriu que os homens que ele acolheu assassinaram sua filha.O filme pode não questionar tanto a fé como em O Sétimo Selo, mas explora bem também esse assunto.Mas como não poderia deixar de ser quando se trata de Bergman, o filme tem alguns simbolismos (principalmente no final), coisa que eu não aprecio muito - talvez por na maioria das vezes não entender o que ele quer dizer - mas que a interpretação também depende muito de quem assiste e sua fé . nota 8

Dersu Uzala

Dersu Uzala (1974)
de Akira Kurosawa
com Maksim Munsuk, Yuri Solomin, Svetlana Danilchenko, Dimitri Korshikov

Dersu Uzala é um camponês mongol que serve de guia para um militar russo, líder de uma expedição de levantamento topográfico na Sibéria. Dersu é um exemplo de humildade e sabedoria, e o filme mostra de maneira poética e sensível as diferenças culturais entre ele o pesquisador russo.
É difícil avaliar esse tipo de filme, onde o estilo usado pelo diretor é quase contemplativo.Digo isso poque, ao mesmo tempo em que o filme é belo, tem ótimas paisagens e trata de virtudes simples, também é monótono e arrastado, além de longo (+ de 2 horas de duração).Vale mais para aqueles que curtem filmes ''de arte'', ou fãs do trabalho do diretor Akira Kurosawa.Acho que nem todos que assistirem vão ter paciência para apreciar. nota 6

terça-feira, 17 de abril de 2007

Lawrence da Arábia

Lawrence of Arabian (1962)
de David Lean
com Peter O'Toole, Omar Shariff, Antony Quinn, Alec Guiness

Em 1935, quando pilotava sua motocicleta, T.E.Lawrence morre em um acidente e, em seu funeral, é lembrado de várias formas. Deste momento em diante, em flashback, conhecemos a história de um tenente do Exército Inglês no Norte da África, que durante a 1ª Guerra Mundial, insatisfeito em colorir mapas, aceita uma missão como observador na atual Arábia Saudita e acaba colaborando de forma decisiva para a união das tribos árabes contra os turcos.
Bom filme de aventura, com fotografia,figurino e locações no deserto belíssimas e atuação marcante de Peter O´Toole como Lawrence.A história é bem conduzida e a ação dá lugar à aventura (vemos batalhas, mas pouco corpo a corpo) de uma forma bem legal.Mas há algumas cenas desnecessárias e particurlarmente não gostei da parte da confusão de personalidade de Lawrence(mais pro final), sem dizer que o filme se torna arrastado na parte final, talvez por ser muito longo (+ de 3 horas de duração).Um bom filme, mas quem for ver é bom não criar tanta expectativa. nota 8

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Tempos Modernos

Modern Times (1936)
de Charles Chaplin
com Charles Chaplin, Paulette Goddard, Henry Bergman, Tiny Sandford

Um operário de uma linha de montagem, que testou uma "máquina revolucionária" para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela "monotonia frenética" do seu trabalho. Após um longo período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma crise generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista, que liderava uma marcha de operários em protesto. Simultaneamente uma jovem rouba comida para salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas. Elas não tem mãe e o pai delas está desempregado, mas o pior ainda está por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas enquanto as menores são levadas a jovem consegue escapar.É onde os dois se encontram. Incrível como, já naquela época, Chaplin conseguiu definir bem como era(e é até hoje) o capitalismo selvagem e seu modo de produção quase desumano, onde os proprietários só pensam cada vez mais em dinheiro e cada vez menos nos funcionários.Incrível também como ele consegue colocar um humor inteligente nas cenas ao mesmo tempo que faz uma crítica social (por exemplo: o paradoxo dele querer ficar na prisão ao invés de voltar para casa). Achei sensacional, um pouco abaixo ainda do primeiro que vi dele (O Grande Ditador), onde achei tanto o humor quanto o roteiro melhores, mas ainda assim é um filme genial e, levando em consideração a época em que foi feito (anos 30!!), é melhor do que quase tudo que já vi em cinema. nota 9

Depois da Vida

Wandafuru raifu (1998)
de Hirokasu Koreeda
com Arata, Erika Oda, Susumu Terajima, Takashi Naito

Em um ponto qualquer entre o céu e a terra, pessoas mortas recentemente são apresentadas aos seus guias. Durante os três dias seguintes, estarão escalados para ajudar os mortos a vasculhar suas memórias em busca de um momento determinado de suas vidas, uma boa lembrança, um marco em suas existências. O momento escolhido será recriado em um filme, que será uma espécie de lembrança que levarão consigo em sua passagem para o paraíso. Mas, além do choque dessas pessoas ao saberem que estão mortas, resta ainda uma tarefa difícil: escolher o momento mais importante de suas vidas.
Uma pena tanta criatividade ficar só na sinopse.Comecei a ver a noite mas tive que deixar para terminar de ver o filme no outro dia, de tanto sono que o filme me deu.O filme tem sim um ou outro momento que serve para reflexão, mas não explora bem a idéia e muito menos os personagens - que aceitam tudo e incrivelmente não perguntam nada significativo aos ''guias''.Fora o fato de eu não ter gostado de nenhum dos atores (a maioria inexpressivos) e o filme ser de um depressão sem fim.Acho até que a idéia era deixar o filme com esse tom depressivo mesmo, mas não precisava tanto.Só achei legal a homenagem ao cinema - como a fábrica que recria as memórias - e a dificuldade das pessoas em ter que escolher apenas um momento da vida como recordação eterna - um tema que merecia um desenvolvimento melhor.nota 4

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Especial - O Grande Ditador

The Great Dictator (1940)

De Charles Chaplin
Com Charles Chaplin, Jack Oakie, Paulette Goddard, Henry Daniell, Reginald Gardiner

Em meio a Segunda Grande Guerra Mundial, judeus estavam sendo esmagados pelo preconceito alemão. Chaplin, genialmente, interpreta os dois protagonistas da história: o ditador Adenoid Hynkel (em clara referência a Hitler) e o barbeiro Judeu. Irônico e atrevido, este filme lhe causou sua expulsão dos Estados Unidos, mas criou também uma obra-prima única com uma das melhores mensagens anti-guerra já transmitidas ao homem.

Acho que até hoje, de todos os filmes que eu vi, poderia classificar um ou dois como obra-prima, e mesmo assim com algumas ressalvas.Mas após ter assistido esse O Grande Ditador, posso afirmar sem medo ou ressalva nenhuma: o filme é uma Obra-Prima e Charles Chaplin é um Gênio.Absolutamente, preciso corrigir o erro de nunca ter visto nada dele e ver toda a sua obra .Tudo é perfeito no filme.O humor refinado, inteligente e criativo (que tentam imitar até hoje) o roteiro, a parte ''técnica'' (para a época, sensacional) as interpretações (todos estão impecáveis até nos olhares), os diálogos, a direção e a trilha sonora.É uma seqüência de cenas clássicas, uma melhor e mais inteligente do que a outra.Há várias partes que poderia destacar, entre elas a soberba interpretação de Chaplin, tanto como o ditador quanto como judeu, que com certeza é a melhor que eu já vi e o discurso final, que serve como reflexão para todos, desde ditadores à miseráveis, pois todos, antes e acima de tudo, são seres-humanos.

O filme tem mais de duas horas, mas nunca fica cansativo ou chato, pelo contrário, vai melhorando.É daqueles(poucos) que a gente torce para não acabar nunca.

Um filme atemporal, que apesar da idade nunca perderá a qualidade, graças a genialidade de Chaplin.nota 10


segunda-feira, 9 de abril de 2007

Eterno Amor

Um Long Dimanche de Fiançailles / A Very Long Engagement(2004)
de Jean-Pierre Jeunet
com Audrey Tautou, Gaspard Ulliel, Clovis Cornillac, Jodie Foster

Após o término da 1ª Guerra Mundial, a jovem Mathilde aguarda notícias sobre Maneth, seu noivo. Mathilde fica sabendo que Maneth fez parte de um grupo de cinco soldados que, individualmente, provocaram sua própria mutilação, para que deixassem a frente de batalha da guerra. Os cinco são condenados à morte pela Corte Marcial e, após serem levados a uma trincheira francesa, são deixados à morte no território existente entre o local em que estavam e a trincheira alemã. Apesar de todos serem considerados mortos pelo exército francês, Mathilde acredita que Maneth está vivo e inicia, por conta própria, uma busca por pistas que confirmem isto.
Belo filme francês de romance e guerra, com ótimas interpretações e boa direção.As cenas de batalha são muito bem feitas, assim como toda a parte técnica do filme (inclusive foi indicado aos Oscar's de Direção de Arte e Fotografia).A trama - apesar de picotada - é muito bem contada e em nenhum momento cai na previsibilidade,além de contar com um humor refinado.Com belas locações e bons momentos (principalmente os que envolvem a guerra) o filme vale a conferida, só que é um tanto longo e às vezes perde o ritmo por isso. nota 7

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Trilogia do Silêncio - por Mário Franciscon


A Trilogia do Silêncio, de Ingmar Bergman


A Trilogia do Silêncio tem como temas principais, os quais são muito caros a toda obra de Bergman, a impossibilidade de comunicação entre as pessoas e o questionamento da existência de Deus. Segundo o diretor, “cada filme [da trilogia] tem um momento de contato, de comunicação humana: na frase ‘papai falou comigo’, no final de “Através de um Espelho”; o pastor conduzindo a missa na igreja para Martha, no final de “Luz de Inverno”; o garotinho lendo a carta de Ester no trem, no final de “O Silêncio”. Um diminuto mas crucial momento em cada filme. O que mais importa na vida é conseguir fazer esse contato com outro ser humano. Do contrário você está morto, como muitas pessoas hoje estão mortas. Mas se você puder dar esse primeiro passo em direção à comunicação, em direção à compreensão, em direção ao amor, então não importa o quanto o futuro possa ser difícil – e não tenha ilusões, mesmo com todo amor do mundo, viver pode ser diabolicamente difícil – então você está salvo. Isso é tudo que importa, não é ?”

Seguem as impressões e avaliações de cada um dos filmes:

Através de um Espelho (Såsom I En Spegel,Ingmar Bergman, 1961)
Harriet An
dersson está maravilhosa como a frágil Karin que, afetada por crises de loucura, entra em conflito com seus familiares (seu pai, seu irmão e seu marido), durante as férias numa ilha distante. Um drama psicológico intenso, com poucos personagens, em que Bergman disseca o processo de degradação de uma família, além de tratar da existência (ou não) de Deus. A fotografia de Sven Nykvist em preto-e-branco é algo de excepcional, e a música de Bach casa perfeitamente com o clima das imagens. Um degrauzinho abaixo dos maiores filmes que assisti dele (Morangos Silvestres, O Sétimo Selo, Gritos e Sussurros, Fanny e Alexander e Persona), mas melhor que quase tudo que já tive oportunidade de ver. nota 9.


Luz de Inverno (Nattvardsgästerna, Ingmar Bergman, 1962)
O tema é o
mesmo do filme predecessor: o questionamento da existência de Deus e de como Ele se revela (ou não) ao homem. Porém, se em "Através..." a fé e a dúvida são permeadas pela insanidade da protagonista, em "Luz..." Bergman privilegia a amargura e a desesperança do pastor luterano Tomas Ericsson (Gunnar Bjornstrand), incapaz, por conta de seus próprios dilemas religiosos, de ajudar um fiel a superar seus conflitos existenciais. Mais árido e melancólico que o anterior, "Luz de Inverno" é outro grande filme do diretor sueco. nota 8,5.






O Silêncio (Tystnaden, Ingmar Bergman, 1963)
O último filme da trilogia e o mais polêmico, pelo fato de possuir cenas com forte apelo erótico (o diretor foi muito criticado por parte das autoridades suecas, e por grupos religiosos). Desta vez, Deus está ausente (literalmente) e o que predomina é a ausência de comunicação entre as pessoas. Duas irmãs viajam de volta à Suécia acompanhadas do pequeno filho de uma delas. Param em um hotel quase deserto, aparentemente em território finlandês, onde a língua é um entrave para a comunicação. Ester (Ingrid Thulin) é a mais velha, uma tradutora solteirona bem sucedida que tem sérios problemas de saúde (inclusive alcoolismo), e Anna é a mais jovem e libertária, mãe de Johan. As irmãs possuem sérios problemas de relacionamento. Desta feita, Bergman investe pesado na sensualidade (de Anna), na amargura (de Ester) e na imaginação lúdica (de Johan), com maestria, mas na minha opinião sem o mesmo brilho dos anteriores. nota 8.



Para saber mais sobre Ingmar Bergman:
http://www.terra.com.br/cinema/favoritos/bergman.htm

* Agradeço muito ao Mário (profundo conhecedor de Cinema, amigo e tbm moderador do grupo cinemafantástico) por ter me enviado as críticas.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Resumo - Março

Resumo dos filmes vistos em Março

Zona de Risco (2000) - nota 7 ***½
''Outro bom filme coreano, com bela direção e boas atuações, alem de uma estória original. ''

Carros (2006) - nota 7 ***½
''...
tem passagens e personagens divertidos sem forçar muito e a mensagem final é bem legal.''

Click (2006) - nota 7 ***½
''...um roteiro bem legal e criativo e passagens muito engraçadas...''

Por Um Sentido na Vida (2002) - nota 6 ***
''Drama que começa interessante, mas vai se tornando previsível à medida que as coisas vão acontecendo.''

Exército de Mercenários (2004) - nota 6 ***
'' Tem algumas tiradas engraçadas e uma mensagem boa no final, o que acabou o tornando ‘assistível’ ''.

O Protetor (2005) - nota 7 ***½
''Pra quem gosta de filmes de luta e gostou de Ong Bak, esse, apesar de um pouco inferior, tbm é recomendado.''

Filhos da Esperança (2006) - nota 7 ***½
''
Tecnicamente o filme é impressionantemente bom, com efeitos, trilha, som e fotografia ótimos, mas achei que o roteiro deixou um pouco a desejar...''

Borat (2006) - nota 6 ***
''...
uma mistura de apelação com tosquice.''

Prenda-me Se For Capaz (2002) - nota 7 ***½
''É um filme que prende mais pela história no geral, do que por essa ou aquelas parte...''

quinta-feira, 29 de março de 2007

Prenda-me Se For Capaz

Catch Me If You Can (2002)
de Steven Spielberg
com Leonardo DiCaprio, Tom Hanks, Christopher Walken, Martin Sheen

Frank Abagnale Jr. (Leonardo DiCaprio) já foi médico, advogado e co-piloto, tudo isso com apenas 18 anos. Mestre na arte do disfarce, ele aproveita suas habilidades para viver a vida como quer e praticar golpes milionários, que fazem com que se torne o ladrão de banco mais bem-sucedido da história dos Estados Unidos com apenas 17 anos. Mas em seu encalço está o agente do FBI Carl Hanratty (Tom Hanks), que usa todos os meios que tem ao seu dispor para encontrá-lo e capturá-lo. Mais um bom filme de Spielberg, contando com uma boa trama (dessa vez real) e elenco de peso. Se tudo for mesmo real, o tal Frank Abagnale Jr. é um superdotado, pois só assim para aprontar tudo aquilo com apenas 17 anos.É um filme que prende mais pela história no geral, do que por essa ou aquelas parte (já que tem momentos cansativos e pouca ação).Ótimas atuações de DiCaprio e Walken (melhor papel da vida dele, aliás,um dos poucos papéis sérios q ele teve) mas achei Tom Hanks um tanto ''contido''.A história é bem legal mas se arrasta demais (achei o filme longo), fora que tem muitas partes que ''exageraram na sorte'' (tanto do policial quanto do ladrão), nos fazendo pensar se aquilo realmente aconteceu ou não.Destaque para o final - que adorei - pois aconteceu o que eu menos esperava. nota 7

quinta-feira, 22 de março de 2007

Borat

Borat (2006)

de Larry Charles

com Sacha Baron Cohen, Ken Davitian


Borat Sagdiyev (Sacha Baron Cohen) é um repórter do Kazaquistão que vai fazer uma série de reportagens nos Estados Unidos. Lá, ele fica enlouquecido para conhecer e se casar com Pamela Anderson.

Apesar dos bons comentários a respeito, já não esperava grande coisa desse filme ‘’alternativo’’.E ele, pra mim, conseguiu ser pior do que o esperado.Achei que ia ter mais entrevistas engraçadonas e bem sacadas na rua, mais brincadeiras criativas e tal...o que eu vi foi uma mistura de apelação com tosquice.Principalmente naquela parte da briga deles no quarto ...Confesso que a idéia foi criativa e até bem realizada pelo Sacha Baron Cohen(que está bem convincente), mas não achei tanta graça assim.No entanto, tudo que tire sarro dos norte-americanos vale a pena dar uma olhada.nota 6